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Novas experiências que trazem aprendizado: bebês e o fluído não-newtoniano

As possibilidades de interação foram ampliadas e partir disto vários materiais foram utilizados para ampliar a gama de testes

A turma da Creche 1 A vem se mostrando muito ativa, participativa e com a curiosidade aguçada, principalmente quando o assunto é experimentos feitos a partir do elemento água. Sempre que vamos a torneira para lavar as mãos e realizar nossa higiene diária é nítida alegria e atenção deles nos movimentos da água, textura, temperatura e afins. Foi então que as possibilidades de interação se ampliaram e partir disto começamos a dispor de vários materiais para que pudessem ampliar a gama de testes e experiências. Primeiramente oferecemos bacias de vários tamanhos e formas somente com água, a liberdade de interação e entusiasmo foi muito válida, em um segundo momento oferecemos água colorida também em vários formatos de vasilhas e bacias para que iniciassem o processo de observação e identificação de uma apresentação diferenciada do mesmo elemento.

"O bebê, pelo que faz na direção de seus movimentos e na aquisição de experiências sobre ele mesmo e sobre o seu entorno – sempre a partir do que consegue fazer – é capaz de agir adequadamente e de aprender de maneira independente. Para o desenvolvimento da independência e da autonomia da criança, é necessário – além da relação de segurança – que ela tenha a experiência de competência pelos seus atos independentes." ( FALK, 2004, p. 31)

Agora, que as crianças já estavam mais habituadas com os formatos de apresentação da proposta, acolhidas pelo elemento água e envolvidas com o projeto, iniciamos os experimentos com os elementos secos para que pudessem observar e perceber as diferentes texturas, cores e temperaturas dos mesmos e relacionassem as diferenças com os elementos molhados que foram oportunizados anteriormente. O amido de milho foi oferecido em sua forma natural seca dentro de várias bacias/vasilhas com formatos diferenciados, ampliando as possibilidades de criação de hipóteses e experimentos. Durante esta experimentação os bebês apresentaram reações inéditas e inusitadas, em alguns momentos alguns se sentiram tão íntimos do elemento que passaram pelo corpo todo.

"Tentar ensinar a uma criança algo que pode aprender por ela mesma, não apenas é inútil.Também é prejudicial. No início mãos são tudo para a criança. As mãos são a pessoa, o mundo. No relacionamento, o adulto faz tudo ‘com’ o bebê e não faz nada ‘para’ o bebê." (PIKLER apud FALK,2004, p.26)

Após isto, pudemos ampliar a oferta e diversidade de elementos secos, agora, com amido de milho e corantes alimentícios. Em um espaço preparado para atender as necessidades dos bebês e despertar ainda mais a curiosidade e formulação de hipóteses dispomos de bacias/vasilhas com amido de milho seco natural, amido de milho seco colorido, água, amido de milho com água e diversas instrumentos como colheres, funil, formas de silicone para que pudessem realizar seus experimentos a vontade. No início, algumas crianças preferiram encostar de leve nos elementos, sem fazer muito contato. Após uma das crianças ampliar o contato com os elementos expostos e iniciar uma experimentação mais entusiasmada, as outras crianças se contagiaram e iniciaram uma experimentação com mais testes e tentativas de experimentação. Até que enfim uma das crianças acabou derrubando a bacia com o amido de milho colorido molhado no chão, formando um grande campo de fluído Não-newtoniano e foi aí que nosso experimento científico ganhou seu nome e destaque para a turma. Eles estavam cada vez mais interessados em apertar, colocar o dedo, mão, pé nesta grande quantidade de amido de milho colorido com água (fluído Não-newtoniano) e observaram que não precisa exercer força em cima do mesmo para que seus pés e mãos fossem totalmente absorvidos pela massa.

Há sempre uma campo de possibilidades para o incentivo a ciência!